Diversão até nos hábitos de higiene

“Chuveiro, chuveiro não faz assim comigo. Chuveiro, chuveiro não molhe o seu amigo”. A música cantada pelo personagem Bozo na décado de 80 mostra a resistência natural das crianças a hábitos de higiene, como tomar banho, escovar os dentes, lavar as mãos etc. Mas é possível transformar higiene em diversão e fazer com que a experiência seja positiva para toda a família.

Uma das metodologia propostas pelo Colégio Web usada para tornar o aprendizado mais agradável é contar histórias sobre a higiene. Fazer “Roda de Conversa”, falando sobre o tema a fim de obter a informação do que entenderam. Passar vídeos sobre higiene e promover atividades com colagem de desenhos, pinturas e manipulação de objetos sobre o assunto são outras formas de trabalhar esses temas de forma lúdica.

Assegurar que a criança tenha escova e pasta adequada à idade, acompanhá-la no ato de escovar os dentes até que vire hábito e levá-la ao dentista, no mínimo, uma vez por ano são precauções necessárias para a saúde oral dos pequenos.

Cuidar do cabelo de uma criança é outro hábito infantil que passa não só por mantê-lo limpo e arrumado, mas também vigiar e prevenir o aparecimento de parasitas. As poeiras e as gorduras são especialmente atraídas para o cabelo, por vezes pouco visíveis, mas altamente prejudiciais para a respiração da pele e atrativo para a fixação de parasitas. Nas crianças em idade escolar é comum o aparecimento de piolhos.

Uma limpeza correta do nariz é essencial para prevenir doenças respiratórias. Chegada a idade escolar, é importante que a criança saiba assoar corretamente o nariz, usando lenços descartáveis que deve ter sempre na mochila, evitando assim o mau hábito de andar com os dedos no nariz!

Pais, não agasalhem demais as crianças! O excesso de roupa irá aumentar a retenção de suor e provocar uma temperatura corporal superior ao necessário. Vestir roupas interiores de algodão e trocá-las todos os dias são boas formas de fugir da acumulação de organismos indesejados. Também é importante deixar os sapatos dos pequenos arejando na varanda de um dia para o outro.

É fundamental que a criança contribua para a sua própria saúde e também para a dos outros. Assim, pais, mostrem a elas como evitar o contágio em caso de constipações, gripes ou outras doenças transmissíveis por via aérea. Tapar a boca quando tossir e quando espirrar virar-se para o cotovelo, lavando sempre as mãos depois que isso ocorrer.

Por outro lado, os brinquedos precisam ser cuidadosamente limpos, com uma regularidade maior quanto menor for a idade da criança, uma vez que as suas defesas são mais frágeis. Os brinquedos, principalmente quando partilhados e porque andam no chão e em todo o lado, são perigosos agentes de propagação de doenças.

Quando o assunto é alimento, as crianças precisam aprender a lavar frutas com casca, por exemplo, antes de comer, acondicionar os alimentos da melhor forma possível (protegendo-os da poeira e da sujidade) e, claro, não apanhar do chão e depois ingerir.

Ensine os pequenos a:

- Andar calçado, pois os sapatos protegem os pés de sujeiras e objetos cortantes;

- Usar roupas limpas;

- Lavar o rosto ao acordar, retirando as remelas que se acumulam no canto dos olhos;

- Pentear os cabelos sempre;

- Nunca, jamais, comer meleca de nariz;

- Limpar o nariz, assuar-na pia, lavando as mãos com água e sabão logo depois;

- Cortar os cabelos com frequência, para que cresçam fortes e bonitos;

- Trocar meias constantemente, para não dar chulé nos sapatos, nem frieiras;

- Não soltar flatos (pum) na frente de outras pessoas, pois além de ser nojento, é falta de educação.

- Lavar as mãos antes de comer, cuidar de doentes, tratar ferimentos, voltar da rua, usar o banheiro, espirrar, tossir, assoar o nariz ou brincar com animais

Higiene é vida!

“A higiene pessoal previne doenças infecciosas. Por exemplo, alguém que lava as mãos antes de se alimentar diminui o risco de contrair vermes, protozoários, bactérias e vírus que causam diarreia, gripe ou resfriado”, diz Fernando Bellissimo Rodrigues, médico infectologista e professor do departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Brigham Young, dos EUA, mostra que a educação e a prática de hábitos de higiene pessoal e das residências ajudaram a reduzir em até 39,1% a incidência de infecções na pele. Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que a diarreia é a causa de morte de mais de 1,5 milhão de crianças por ano em todo o mundo. E, de acordo com o estudo, a falta de higiene está diretamente relacionada a 88% desses óbitos.

A Suabe entrevistou 150 donas de casa em São Paulo e constatou que 65% das crianças apresentam coliformes fecais nas mãos após irem ao banheiro. São causadoras de doenças gastrointestinais. A hepatite A, comum nas escolas infantis, também é disseminada dessa forma. “Uma criança que não faz uma higiene adequada após as evacuações é um potencial propagador do vírus”, destaca Tânia S. Souza Chaves, médica responsável pelo Centro de Imunizações e do Núcleo de Medicina do Viajante do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.